Image Map

A guerra de Nietzsche contra o cristianismo

18/11/2012

Primeiramente, peço desculpa por não ter vindo actualizar o hvr, embora já tenha o meu computador arranjado. Tenho andado com inúmeros trabalhos académicos para fazer e, apesar de (ainda) conseguir ler, não me tem apetecido escrever sobre isso mesmo.

Todavia, enquanto escrevinhava uns esboços de uns textos, tive a felicidade de encontrar umas pequenas considerações (com vários meses de vida) sobre O Anticristo, de Nietzsche - o que prova que a minha existência não é composta apenas de má sorte e de percalços. Ei-las:

O filósofo - imagem encontrada aqui.
Friedrich Nietzsche advogava o fim do cristianismo com toda a força da sua convicção – tanto que ele próprio se denominava o anticristo. Naturalmente que, aqui, anticristo não encaixa na definição cristã comummente aceite, ou seja, anticristo que trará mal à humanidade. Anticristo, aqui, na definição de se ser simplesmente contra o cristianismo.

O filósofo era inimigo do cristianismo, na verdadeira acepção da palavra. Por exemplo, Nietzsche acusa o cristianismo de derrubar o império romano e de eliminar o Renascimento (que, como o nome indica, foi um regresso dos valores clássicos). Mais um exemplo: o filósofo não suporta a ideia de Lutero ter feito a Reforma – uma vez que a igreja ter-se-ia iniciado a mudar, de acordo com a realidade da vida, da natureza.

É isto que o filósofo defende e acredita: que a religião cristã é contra a natureza, contra os nossos instintos naturais e que, assim, vai eliminando a essência da vida (o que é, a título de curiosidade, o que os satanistas laveyanos defendem).

Nietzsche chegou a estudar Teologia, mas acabou por não concluir os estudos da disciplina, por razões bastantes óbvias. Como me disse uma amiga minha, em conversa sobre o livro, primeiro é preciso conhecer para depois ser-se contra.

Uma premissa relevante. O filósofo conheceu por dentro o cristianismo e, portanto, sabe do que está a falar. Aliás, são essas as suas armas: o próprio entendimento da religião. Como chega a afirmar na obra, a melhor maneira de derrubar o cristianismo é encontrar as suas contradições (que são imensas e que, por isso mesmo, não as relatarei aqui).

Este é, portanto, um ponto de partida para lermos de bom grado esta obra – pois sabemos que o que Nietzsche fala, mesmo não indo de encontro às nossas convicções, fala-o porque sabe do que está a falar. E isso é o mais importante nesta obra – e em qualquer outra do tipo.
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...